"...Tu, minha querida, és o vento que eu não antecipei, a rajada que soprou com mais força do que eu alguma vez imaginara possível. Tu és o meu destino...
...Eu fiz mal, muito mal, ao ignorar o óbvio, e peço que me perdoes. Como um viajante cuidadoso, tentei proteger-me do vento e perdi a alma em troca...
...Mas mais que tudo, fiz mal ao negar o que era óbvio no meu coração: que não sou capaz de continuar a viver sem ti...
...Perdi a beleza de um nascer do Sol que estava para vir, o encanto da antecipação que faz a vida valer a pena. Fiz mal ao proceder dessa maneira, em resultado da minha confusão, e gostava de ter percebido isso mais cedo...
...Se calhar é tarde demais agora....”
Achamos sempre que, aconteça o que acontecer, vamos sempre a tempo de compor uma ou outra coisa, sentimento, ressentimento, dor, amor...Mas é mentira. Muitas vezes a vida demonstra-se curta demais para segundas oportunidades, para podermos voltar atrás com o que fizemos, dissemos, e sobretudo o que deixamos por fazer ou dizer...
Julgamo-nos sempre imortais, nunca pensamos, (ao sairmos de casa depois de uma discussão), que poderemos não voltar mais, e que tudo o que acabamos de dizer naquele momento, será a última frase que o outro ouvirá de nós. Serão essas as últimas palavras que queremos que ele ouça?
Com toda a certeza, não!
Esperamos demasiado tempo para dizermos o que sentimos, perdemos demasiado tempo com dúvidas…Porque não nos encontramos “preparados” para arriscar a fazer o bem?
O que é que de pior pode acontecer? Seria magoarmo-nos assim tanto? Ás vezes é na “não-desistência” que nos faz perceber o valor do outro, às vezes é esta mesma, que nos faz diminuir o outro!
O que lamento no fundo, é hesitarmos tanto para fazer o outro feliz, ou a nós mesmos, mas não hesitamos nem um segundo em fazer o mal, a pôr em dúvida…
“Deixar-te uma vez foi difícil que chegasse; fazê-lo uma segunda vez teria sido impossível. Eu amava-te de mais para te ter deixado novamente. Embora esteja ainda a lamentar aquilo que poderia ter sido, sinto-me grata por teres entrado na minha vida ainda que por um curto período de tempo.
Por vezes a minha dor é esmagadora, e embora compreenda que nunca mais nos voltaremos a ver, há uma parte de mim que quer agarrar-se a ti para sempre. Seria mais fácil para mim fazer isso porque amar outra pessoa pode diminuir as recordações que tenho de ti. No entanto, este é o paradoxo: Embora sinta muitíssimo a tua falta, é por tua causa que não temo o futuro. Porque foste capaz de te apaixonar por mim, deste-me esperança, meu querido. Ensinaste-me que é possível ir em frente com as nossas vidas, por mais terrível que tenha sido a nossa dor.
…Obrigado por me teres amado e recebido o meu amor em troca. Obrigado pelas recordações que estimarei para sempre. Mas mais que tudo, obrigada por me teres mostrado que chegará uma altura em que eu poderei finalmente deixar-te partir.”
A Teresa já não pôde dizer tudo isto, olhos nos olhos.
O peso que esta ausência do corpo, da resposta, da reacção/acção, (face ao que finalmente temos coragem de admitir), faz-me temer. O saber que houve algo que poderia ter feito e não fiz, pura e simplesmente me deixa louca.
Por este motivo muitas vezes cometi erros, precipitações, mas hoje quando olho para trás e…não me lembro de nada que não tivesse feito e que devesse.
Estes excertos são de um livro que acabei hoje de ler, comecei a ler no domingo e não parei enquanto não o terminei…Fala de amor, de encontros, de coincidências ou não. Fala sobretudo de alguns dos meus fantasmas…
Nas últimas páginas do livro não me contive, simplesmente lavei a alma, como se aquele desgosto fosse também meu, como se aquela dor fosse a única coisa importante na minha vida, naquele momento.
Quando entrei no blog, apeteceu-me partilhar este momento com vocês…
Não sei se já leram, não sei se gostaram, nem sei sequer, se estes excertos vos lembram algo, mas no meu caso…eles não saíram da minha cabeça tão cedo!!!
O livro de que vos falo é “As palavras que nunca te direi”…
Aconselho a todos aqueles que amam, já amaram, e principalmente àqueles que sabem, que o amor é puro!